O Exército brasileiro usa o mesmo modelo de fuzil de produção nacional
há 45 anos, seus equipamentos de comunicação estão obsoletos e a munição
disponível é suficiente para apenas uma hora de guerra – a informação
foi divulgada por fontes militares, segundo o portal G1. “Posso afirmar
que possuímos munição para menos de uma hora de combate”, declarou o
general na reserva Maynard Marques de Santa Rosa, ex-secretário de
Política, Estratégia e Assuntos Internacionais do Ministério da Defesa. O
militar deixou o Exército em fevereiro de 2010 após classificar a
Comissão da Verdade, que investigava os crimes ocorridos durante o
regime militar, como “comissão da calúnia”. Com base em documentos e
depoimentos de militares na reserva, 92% dos meios de comunicação dos
militares estão obsoletos e 87% dos equipamentos estão inteiramente
inutilizáveis. Os fuzis utilizados são do modelo FAL, fabricado pela
brasileira Imbel há 45 anos. As mais de 120 mil unidades têm mais de 30
anos de uso.
Outro militar a citar a munição foi o general Carlos Alberto Pinto
Silva, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres (Coter), que aponta
que a quantidade “sempre foi mínima”. “Nossa artilharia, carros de
combate e grande parte do armamento foram comprados nas décadas de 70 e
80. Existe a ideia errônea que não há ameaça, mas se ela surgisse não
daria tempo de reagir”. O Ministério da Defesa ainda não se manifestou
sobre o relatório. Ao setor, nos últimos 10 anos, foi destinado 1,5% do
PIB, segundo dados do Ministério da Defesa. Neste ano, o Exército
receberá R$ 28 bilhões, dos quais 90% são destinados a salários.
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